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Os símbolos da ausência: um reencontro com a felicidade


Uma pitangueira que foi plantada pela saudade da infância, época em que se deliciava com a fruta roubada do quintal dos vizinhos, a árvore de flores que o fazia viajar milhares de quilômetros mesmo permanecendo no mesmo lugar, o sino que balançado pelo vento remetia sua memória aos jardins japoneses... Esses são alguns elementos do jardim de Rubem Alves, que na verdade, é envolto de símbolos que remetem sua memória a momentos felizes vividos em diferentes épocas da vida. Assim como Rubem Alves, estamos rodeados de símbolos, quais são os seus?

Com certeza, você se lembrará de muitas coisas boas, que faz com que tenha um sentimento agradável, recordações que do nada aparecem na memória e o faz sentir bem. Diante de experiências como essas, somos levados a acreditar que o homem é um ser que se alimenta de símbolos, não apenas de pão, água e bens materiais, mas principalmente da memória simbólica que o mantém mais vivo. Por isso é que a gente está sempre procurando nas nossas memórias simbólicas, fazer um reencontro com a nossa felicidade.

O palestrante do Integramagis, Professor Oswaldo Manuel Corrêa, utilizou de um vídeo de Rubem Alves para falar sobre “Os símbolos da ausência: um reencontro com a felicidade”. O professor afirmou que todo o símbolo que está localizado em nossa memória, em nosso passado é uma felicidade vivida e experimentada em um tempo e em um lugar. “Uma vez que a gente avança em nossa vida para o futuro, ele fica quase adormecido, não diria esquecido, para que na primeira oportunidade que a gente precise, ele se manifeste”. Sendo assim, o símbolo se assemelha muito aos mitos que uma vez ritualizados ou memorizados, passam a fazer parte da nossa existência e do nosso presente. Por isso, a importância e a necessidade de estarmos ritualizando e celebrando sempre aqueles símbolos que nos dão prazer.

O professor falou da importância de compartilharmos os nossos símbolos. “Todos os símbolos que são compartilhados passam a estar presente na memória de todos aqueles que participaram da convivência desta comunhão”. Ele nos exemplificou com uma experiência familiar em que um ente da família, após a perda do marido, guardava cuidadosamente os discos de vinil. Certo dia, essa pessoa resolveu compartilhar esses símbolos e distribuiu os discos para diversos sobrinhos, netos e filhos. A cada visita na casa desses entes eles a convidavam para escutar os discos e dessa forma, ela se lembrava de seu marido.


Repercussão do tema

A palestra do professor Oswaldo fez com que os palestrantes fizessem uma retrospectiva no tempo e se lembrassem dos símbolos e suas devidas conotações. A senhora Lídia Alvarez, irmã da pensionista Lucinda Alvarez, afirmou que “Os símbolos da ausência: um reencontro com a felicidade” foi uma das melhores palestras do Integramagis que assistiu. “Nessa palestra aprendi que a felicidade é acumulativa, eu achava que era apenas momentânea. Talvez seja a explicação por eu ser muito mais feliz que quando era menina”.

Quem também se manifestou foi o Juiz Reinaldo Porta Nova. Segundo ele o que mais o impressionou na palestra foi que o palestrante lidou com elementos que a sociedade de hoje parece ter esquecido, que são os elementos humanísticos como a infância e a família. “O palestrante tentou restabelecer que a felicidade está nas coisas simples, que ela está muito próxima de nós e agente, as vezes, não enxerga em função do bombardeio de propagandas, que faz com que busquemos a felicidade onde nem sabemos se ela existe”, finaliza.
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